14/09/2014

viagens e sítios - Itália (a comida)

A nossa grande road-trip/lua de mel por Itália foi uma intensa experiência a vários níveis. Visitámos o país de norte a sul e conhecemos sítios fantásticos, visitámos locais com séculos de história, praias deslumbrantes, pequenas vilas medievais, zonas rurais idílicas... Enfim, tanta coisa que nem há palavras para descrever: de Génova à Sardenha, passando por Modena, Veneza, Florença e Roma, deixando pelo caminho saudades de Cagliari, Cinque Terre, Lucca, Mântua, Pádua, Toscânia... 


Foi um mês incrível cheio de experiências e histórias que vão ficar para toda a vida. Histórias diferentes, lugares vários, paisagens e ambientes completamente distintos entre si. Da montanha à praia, da grande cidade à pequena vila piscatória, Itália é um enorme país que não acaba, onde apetece voltar várias vezes para descobrir mais.

Mas com tanta variedade há algo em Itália que é transversal a todos os lugares, mesmo aos mais remotos: a impressionante qualidade da comida.

Onde quer que se vá come-se bem. Há uma cultura gastronómica entranhada em todos os italianos, um orgulho nacional de bem comer. Durante o mês todo que lá estivemos, onde quer que fôssemos, tirando uma ou duas raríssimas excepções, a comida era maravilhosa.

A frescura dos ingredientes e a qualidade dos produtos são, para mim, aquilo que se destaca da gastronomia italiana, tão variada de região para região mas tão igual quando comparada qualitativamente. 


Na memória ficaram um peixe à Linguriana, uma tagliatelle al ragu em Modena, os gelados em Lucca, um javali feito com cacau e vinagre em Monteriggioni, na Toscânia, a melhor carbonara do mundo num parque de campismo em Fiesole, perto de Florença, as tapas venezianas, os paninis em Pisa e as pizzas em Roma.


Outro aspecto que se pode destacar é a simplicidade com que se cozinha nesse país. O protagonismo vai todo para os ingredientes, para os frescos produtos que cada região oferece e não para quem cozinha, que não tem senão o objectivo de enaltecer a qualidade exemplar dos ingredientes e de os elevar ao seu mais alto nível.

Claro que quando voltei para Portugal vim profundamente influenciado pelas as experiências que lá vivi. A minha forma de ver as coisas e de cozinhar alteraram-se, como, de resto, acontece sempre que viajo. Agora tento fazer tudo mais simples, com menos confusão, menos ingredientes, mais cuidado na escolha do tempero e mais atenção na compra dos produtos. Bolas, que em qualquer mercearia italiana a fruta e os legumes brilham! Não admira que com tanta qualidade, para eles baste grelhar uma courgette e temperá-la com uns grãos de sal e um fio de azeite, e já está!



João

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